Quando eu era garoto, existia um quadro do Jô Soares na TV em que o protagonista resumia conversas longas e cheias de rodeios em uma só palavra que dizia tudo, sempre introduzida por "vou no popular". A idéia deste blog é ser claro nas opiniões. Vamos falar também de filmes, músicas, livros ou qualquer trabalho que valha a pena comentar.



terça-feira, 3 de maio de 2011

O retorno do rei

Por Fagner Fagundes
Alguns senadores e deputados estão firmes na defesa de um novo referendo para proibição da venda de armas. Como bons políticos, querem ganhar a simpatia da população demonstrando preocupação com segurança pública. Sem entrar no mérito (é assunto para outro post), acho que, se a questão é apenas “jogar para a torcida”, nossos representantes poderiam ressuscitar outra proposta já derrotada nas urnas: a volta da monarquia.

Para quem não lembra (ou era novo, como eu), em 1993 foi feito um plebiscito paradecidir o sistema de governo no Brasil. Os eleitores tinham que escolher o  Regime (Monarquia ou República) e o Sistema de Governo (Parlamentarismo ou Presidencialismo).  A República Presidencialista ganhou com uma grande folga. A apenas 13% dos votantes optou pela monarquia. Talvez o jingle que tinha como refrão “Vote no Rei” não tenha agradado muito.
Mas hoje os tempos são diferentes, e o momento é ideal. O casamento do Príncipe Willian com Kate Midleton reavivou uma simpatia pela monarquia não só no Reino Unido, mas em boa parte do planeta. No caso de uma nova consulta popular no Brasil, a família real brasileira poderia ter uma chance de voltar ao poder. Basta os publicitários responsáveis pela nova campanha trabalharem bem.
Eles poderiam começar destacando que em cada casamento de um príncipe ou princesa seria decretado feriado nacional. Só aí seriam alguns milhares de votos, pois quem não gosta de uma folga? Eles poderiam buscar ainda o apoio dos grandes empresários das comunicações, que poderiam criar ou recuperar suas revistas de fofoca. A “Caras”, “Quem” e “Contigo” iriam declarar guerra em busca de informações exclusivas da realeza. Seria um alento também para os paparazzi, que passariam a monitorar os passos dos nobres descendentes dos Orleans e Bragança, deixando de lado sub-celebridades como os ex-Big Brothers.
Poderia listar ainda vários setores simpáticos que poderiam flertar com a
monarquia, como os donos de lojas de bijuterias que ganhariam vendendo réplicas das jóias reais (principalmente alianças), faculdades particulares que abririam cursos de Especialização em Família Real ou até os fabricantes de charretes, que trabalhariam muito para compor a frota real usada nos eventos.
A idéia está lançada. Será que algum parlamentar em busca de votos vai topar?

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