"O Bunda de garra" |
"O Mochiludo" |
Quem ainda não andou de metrô não sabe o que está perdendo. É um ambiente único, com características próprias e habitantes bizarros que só podem ser encontrados lá.
Para registrar este habitat particular e seus componentes resolvi listar alguns destes personagens.
A senhora orc – Muito comum. Sua presença é sentida nas horas do rush. São baixinhas, troncudas e risonhas, passam no meio das pessoas arrastando o que estiver pela frente sem o menor pudor. Quando andam em bando o cuidado deve ser redobrado.
O mochiludo – Na prática é um cara que tem uma corcunda enorme que poderia ser facilmente removida se ele quisesse. Mas não, o cara insiste em manter a mochila nas costas, ocupa o lugar de duas pessoas. No metrô cheio se torna bem perceptível e você tem vontade de bater.
O mão frouxa – É um chatinho que não tem força para segurar na barra vertical do metrô. Você está segurando na haste e aí a mão do cara escorrega e “top”... Encosta na sua, você afasta sua mão mais pra baixo e “top”... Logo a mão do sujeito está lá colada na sua novamente.
O corpo fixo – Nossa! Este é um dos mais perniciosos, geralmente fica próximo a porta, fixo como um poste. O corpo dele não se move e você sente que precisa derrubá-lo mas não é tão fácil assim, então você acaba procurando outro caminho.
O bunda de garra – É o ser que segura o ferro vertical com os glúteos, aí ninguém mais pode segurar ali, pois quando a bunda agarra, as costas vêm junto ocupando toda a extensão da barra. A solução é cutucar com o dedo pra ver se o indivíduo se manca.
O vacilão – Indeciso em sua essência, você vai se irritar com ele. O cara fica parado esperando o metrô chegar bem onde vai abrir a porta, você está logo atrás. Quando o vagão abre a porta o cara para e simplesmente não sabe pra onde vai. Nestes segundos de catatonia todos os bancos já foram ocupados e você vai ficar em pé e com muita mágoa, é claro.
O inconveniente – Este é o chato curinga. Está em toda parte e não possui inteligência social. Ele sempre chega depois de você. Para colado na gente mesmo tendo espaço de sobra, se fixa nas passagens e amassa seu rosto com o braço ainda que exista um monte de lugar para segurar. A sorte é que tem espaço, aí você procura outro canto.
A tropa de choque – Na verdade é uma parede orgânica formada por corpos fixos, muito difícil de ser vazada. Formam um bloqueio na porta do vagão e você não consegue sair ou entrar no metrô. A tropa de choque aparece em algumas estações pontuais e na hora do rush. Senhoras orcs também podem aparecer compondo este paredão impenetrável.
O sonolento ou cara-de-pau - Este é aquele sujeito que senta no banco reservado para pessoas com necessidades especiais, grávidas, crianças de colo e velhinhos. Logo que sentam começam a cochilar como se ninguém percebesse que estão fingindo. Tem uns que até babam para parecer real, é aquele tipo de cara que quando faz barba sai serragem.
Se você já identificou algum tipo que não está listado aqui mande sua sugestão nos comentários. Colabore com este levantamento cultural e antropológico.
Faltaram aquelas figuras que insistem em ouvir música sem fone de ouvido. Como um problema nunca vem sozinho, na maioria das vezes a música é muito ruim!
ResponderExcluirA lista é boa e realmente os personagens citados são parte de qualquer cena em uma viagem no metrô. Porém, faltou os casais apaixonados com caricias, beijos e outras coisas que não se desgrudam mesmo quando o vagão parece uma lata de sardinha. Os adolescentes “pegadores” com seu vocabulário rico ao falar das suas “conquistas amorosas” e das novas experiências com o álcool.
ResponderExcluirA situação mais constrangedora é quando alguém (no meu caso a maioria das vezes é uma mulher) fala sobre assuntos íntimos em alto e bom som para todo mundo ouvir. Detalhes sobre a menstruação, da última transa que tiveram...falam até que não conseguiram gozar. O tom de voz é tão alto e a expressão de naturalidade transmite uma expectativa delas (eu acho) que participemos das suas aventuras e frustrações.
Os que lembro agora são esses.
O comentário do Fagner já tem cobertura jornalística @sensacionalista 98% dos funkeiros não sabem a utilidade dos fones de ouvido em celular, diz estudo http://migre.me/4fmz5.
Hahahahahahah, ganhei meu dia lendo esse post. é isso mesmo, acrescentaria ainda o usuário lagarto, que é aquele adolescente cara de pau que senta no chão do metrô lotado com as pernas esticadas fazendo com que os outros tenham que se contorcer para não pisar na cauda do ser sem noção.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFaltou aquela turma que sempre se reúne na 1ª estação na hora do rush. O metrô vem chegando, chegando... Todos se aproximam, grudam-se mesmo e formam uma única massa humana. Indivisível por alguns segundos, talvez fração de segundos. As portas dos vagões se abrem. Acontece então o espetáculo. O desespero e a luta pela sobrevivência, na sublime esperança de conseguir sentar num banco duro que nem pedra numa viagem de 20 minutos. É um exercício filosófico olhar o rosto dos vitorios que saboream aquela sublime conquista, e o semblante crispado dos derrotados, que perderam a batalha, não foram fortes e rápidos o suficiente..
ResponderExcluirÓtima lembrança a sua, Heberth! É mesmo um espetáculo!
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