Quando eu era garoto, existia um quadro do Jô Soares na TV em que o protagonista resumia conversas longas e cheias de rodeios em uma só palavra que dizia tudo, sempre introduzida por "vou no popular". A idéia deste blog é ser claro nas opiniões. Vamos falar também de filmes, músicas, livros ou qualquer trabalho que valha a pena comentar.



domingo, 23 de setembro de 2012

Adolescência na Praia

Sempre gostei muito de praia. Algumas vezes recebia convites para passar fins de semanas e feriados na casa de verão de um amigo. Ia muita gente para lá, era legal, tirando o fato de ter que aturar aquelas brincadeiras chatas de adolescente. Era de graça, mas tinha lá seu preço.

Uma vez andava na praia meu amigo Roberto, que me convidava, mais dois conhecidos e eu. De repente os três cismaram de me jogar na onda do mar para eu “tomar um caldo”, tratava-se de ser arremessado no momento que a onda quebrasse, era um castigo onde o corpo se misturava a areia e água revolta num total rebuliço e sem nenhum controle sobre si.

Minha primeira reação foi correr, correr muito. Inspirado numa cena do filme “the Warriors”, onde a gang protagonista enfrenta a Fúria do Basebol, num dado momento, resolvi que não ia mais fugir, então parei e enfrentei meus oponentes. Bandei o camarada mais alto por que sabia que desequilibraria mais fácil. Para abrir um espaço no centro do cerco desferi um golpe no rosto do Roberto e passei varado no meio deles. De nada adiantou, continuavam correndo atrás de mim, riam como demônios.

Como diz o ditado: “o que tiver de ser, será”, decidi me deixar capturar e finalmente tomar o tal “caldo”. Nem doeu, comi um pouco de areia e fiquei livre daquela pena a mim imposta, sem o menor motivo. Era tudo muitíssimo divertido.

Até hoje me pergunto por que o Roberto jamais comentou sobre o soco que dei nele. Nunca perguntei a respeito por que tinha medo dele dizer que simplesmente não lembrava ou que não sentiu nada, pois nem hematoma apareceu.

Bons tempos aqueles!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ditados abomináveis

Existem ditos populares que deveriam ser banidos de nossas falas. Outro dia ouvi uma pessoa dizendo orgulhosa que com ela é assim: “primeiro eu, segundo eu, terceiro eu”. É chocante ouvir coisas como estas. Já é difícil mudar nossa natureza ruim, imaginem cultivar e proclamar comportamentos toscos como este, é como se estivéssemos afundando na merda e se debatendo para mergulhar mais rápido na lama podre de uma existência medíocre.

O egoísmo está em nós, talvez uma pitada dele seja necessária para nossa sobrevivência, mas fora deste limite é altamente prejudicial ao convívio social saudável. Até já sabemos disso, mas parece que não conseguimos entender a gravidade do problema.

Vejo passeatas pela paz, indignações com a violência, reclamações contra a burocracia burra que nos assola, ações e mais ações na justiça, e por aí vai. Nada vai dar resultado se não resistirmos ao nosso pensamento egocêntrico e mesquinho de que “eu sou o centro do universo”. É a velha estória, sem amor não chegaremos a lugar nenhum, andaremos em círculos sobre a Terra, avanço tecnológico sim, porém atraso no que realmente interessa: a evolução espiritual humana.