Tenho ouvido e lido reportagens a respeito da falta de profissionais para determinadas áreas de conhecimento. Faltam médicos, engenheiros, biólogos e por aí vai. Por outro lado sobram bacharéis em Direito. Faculdade de Direito é como Banco do Brasil e igreja evangélica, estão presentes nos lugares mais remotos, afinal basta um professor e muito papel para ler. Advogados batem cabeça, e o que é pior, vários especialistas de outras nobres áreas migram para o Direito, inchando suas fileiras de doutores, como gostam de ser chamados.
Não há dúvida que o motivo desta distorção são os gordos salários pagos pelo governo a estes profissionais em concursos públicos que pedem esta cadeira, sempre exclusivas. Ninguém sabe dizer quando e por que começou está supervalorização do Direito, mas o trabalho foi bem feito. Cursar Direito se tornou tão banal que é quase cafona.
A pergunta que não quer calar: para que tanto bacharel em Direito? Tirando Juízes, Procuradores, e certo número de advogados, onde será aproveitado o resto? Em concursos públicos? Pode até ser, mas não há vaga para tanta gente, embora a OAB faça imensa campanha para alocar toda essa turba em vagas específicas para a categoria, com reservas de mercado cada vez mais sem sentido.
Se o Brasil quer mesmo crescer, será está a área de conhecimento a se investir? Com exceções já citadas, o que produz um advogado? País que quer se desenvolver e crescer economicamente precisa de tecnólogos, cientistas, engenheiros e não de uma massa composta por burocratas de escrita complicada e vazia.
Nossos estudantes precisam ser incentivados a escolher carreiras variadas, devidamente engrandecidas e com salários atraentes. Embora queiram fazer parecer diferente, Direito é só mais uma destas áreas profissionais, não é maior nem mais importante que as outras.