Quando eu era garoto, existia um quadro do Jô Soares na TV em que o protagonista resumia conversas longas e cheias de rodeios em uma só palavra que dizia tudo, sempre introduzida por "vou no popular". A idéia deste blog é ser claro nas opiniões. Vamos falar também de filmes, músicas, livros ou qualquer trabalho que valha a pena comentar.



quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

De maiô, um relato quase erótico

Era o ano de 1983, estava com 16 anos quando passei no vestibular. Uma das coisas que mais marcou nesta fase foi o exame para frequentar as aulas de Educação Física.

Foi marcado o dia e lá estávamos. Moças e rapazes prontos para serem examinados pela equipe médica. Cada gênero sexual foi para uma sala a fim de trocar de roupa, devíamos ficar só de sunga, as meninas de maiô.

Deram-nos a opção de deixarmos as mochilas ali mesmo na sala, ficariam guardadas até a nossa volta ao final dos trabalhos. Ter Aceitado esta ideia foi um erro, é aí que começa o meu drama adolescente.

Fomos conduzidos para um corredor meio escuro, coisa de universidade pública. Mandaram que fizéssemos uma fileira. Para minha surpresa o exame era misto, não havia lugar separado para moças e rapazes. Coloquei-me atrás de uma garota de maiô, era uma peça de banho bem pequena, quase “fio dental”, o problema é que não estávamos na praia. Imagine, numa época em que revista manequim e catálogo da Avon eram praticamente uma publicação erótica para a molecada.

Fiquei ali a espera da minha vez... A moça 15 cm a minha frente... A tensão crescia... Como esconder a minha reação àquela cena usando apenas uma sunga? Cadê minha mochila para disfarçar? Comecei a imaginar a bunda do muçum naquele maiô, a Dercy Gonçalves e até o Chaves pelado, mas não adiantava.

Para qualquer lado que olhava havia outras moças em outros minúsculos maiôs. Quem terá tido aquela ideia, eu pensava. Não havia como esconder a barraca que se armava. Foram uns trinta minutos de agonia até ser atendido pelo médico, que, graças ao bom Deus, era um homem.

Hoje reagiria de outra forma, mas naquela época foi dureza. Nunca esqueci daquele maiô preto e de seu recheio ali na minha frente, naquele corredor em penumbra. Pensei muito naquilo nos dias que se seguiram.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

É preciso inventar de novo o Amor

Certo dia participava de uma reunião no novo prédio em que vou morar e ouvi um sujeito fazendo a seguinte afirmação pública:

“A realidade tem que ser dita, ninguém quer saber do outro, cada um pensa só em si mesmo, então não vamos nos enganar”.


O contexto era uma reunião em que se decidia sobre o início de um condomínio. Confesso que minha impressão não foi das melhores, não só pela frase infeliz citada, mas por ver a dureza e a indiferença com que um condômino tratava o outro em um primeiro contato.

Não posso dizer que a frase do meu vizinho é totalmente errada, mas penso que estes sentimentos mesquinhos existem para ser combatidos, não propagados.  Se entrarmos nessa filosofia primitiva em pouco tempo estaremos mergulhados em um caos social sem precedentes.

Mais do que nunca o perverso individualismo está aí para todos verem. Esta realidade cruel não precisa ser dita, mas mudada e substituída pelo amor. Como sobreviver em sociedade sem importar-se com o próximo?

Vivemos a era do direito no Brasil, o dever não é lembrado. A desconfiança está impregnada nas relações humanas. A maioria das pessoas acredita que viver para ganhar dinheiro é o grande lance. Consumir infinitamente é o que a mídia incentiva. E como disse o senhor na reunião “ninguém quer saber do outro, cada um pensa só em si mesmo”. Em que merda movediça estamos afundando?

Devíamos tomar como realidade o amor, a poesia, a boa relação com os vizinhos, dizer não ao poder, por o dinheiro em seu lugar, consumir apenas o que precisamos, ter tantos direitos quanto deveres, nos doar mais para nosso próximo, respeitar as opiniões, tolerar as diferenças, ouvir o semelhante, e por aí vai. É isso o que eu desejo, mesmo contra minha natureza ruim. Quero sim saber do meu próximo, ainda acredito em nobres ideais.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Sobre o “Vou no Popular”

Graças a uma luz que acendeu na cabeça da minha noiva, de que eu deveria ter um canal para divulgar opiniões, o blog “vou no popular” está no ar desde o dia 27 de dezembro de 2010, com 49 postagens. Gostaria de ter escrito mais, porém muitas ideias vêm à cabeça e se perdem antes que eu possa digitar. Em alguns momentos bate o desânimo, ou alguma mudança de ideal faz com que o blog fique de lado.

No meio do caminho descobri o quanto é gostoso contar estórias pitorescas de nossa caminhada. São as crônicas do dia a dia, pretendo não parar de escrevê-las. As opiniões vão prosseguir. Bom seria que os poucos leitores, com comentários, concordassem ou não, mas sei o quanto é difícil.

Quando ler um bom livro, assistir a alguma boa peça de teatro, for a um show interessante, ou qualquer evento que valha a pena, vou continuar comentando.

Quem publica textos em um blog é por que quer ser lido, não é diferente comigo. Portanto leiam quando puderem, deixem comentários, critiquem, elogiem, vamos mostrar que estamos vivos. Tornem-se seguidores, será um grande prazer e incentivo.

Um grande abraço para todos!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Os véus, as mulheres e os homens

Vi alguns filmes iranianos e notei que as mulheres estão sempre com a cabeça enrolada em panos e usando batas de manga comprida. Já os homens se vestem normalmente. No Irã há bem mais liberdade para a mulher do que nos países árabes em geral, afinal os iranianos são Persas.

Disseram-me que nestes lugares as mulheres gostam de ser tratadas assim e, se você tentar libertá-las, lutarão para manter suas restrições. Na verdade elas aceitam sua condição de reprimidas por algum motivo que lhes impuseram. Em algum momento o medo tomou conta dos homens e foi preciso conter as mulheres, esmagando-as. A força física masculina ajudou. O sexo feminino foi condenado, não sei o porquê.


No Brasil as mulheres estão livres dos panos, mas ainda assim são obrigadas a usar véus simbólicos. Por aqui também se tem medo de mulher. Não precisa explicar muito, todos sabem do machismo que ainda sobrevive entre nós. Mulher que é liberada sexualmente ainda é considerada vagabunda, usar saia curta justifica estupro, brasileira em filme pornográfico nacional na verdade está apanhando, coisas do tipo.

As instituições religiosas, deturpadas pelo homem, também reforçam o massacre a mulher, na verdade são os motivos religiosos os que mais justificam a destruição da liberdade feminina, não há como achar fundamento para tal absurdo no amor, que deveria ser a base das crenças, mas é assim.

Qual o perigo que a mulher liberta pode oferecer? Por que tanto medo do nosso semelhante feminino? Na contra mão da machalhada eu olho para elas e só consigo ver beleza.

Seremos mais felizes quando nos desapegarmos destas baboseiras impensadas que se entranharam na nossa sociedade. Tornamos nossas vidas piores por motivos que nem sabemos direito de onde surgiu. Acredito que seria bem melhor se mulher e homem fossem livres, sem medos, sem reservas e sem véus.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Acordou morto


Acordou morto
O casal se prepara para dormir. Um beijo de boa noite na esposa. O marido vira-se para o lado, se acomoda e cai nos braços de Morfeu. O sono é agitado e lá pelas três da manhã o homem acorda de súbito, senta-se na cama com os olhos arregalados, está visivelmente passando mal, a mulher não acorda.

Agoniado, procura o copo d’agua que está no criado mudo ao lado da cama, tenta beber o líquido, está desesperado, não consegue. A esposa se mexe na cama, mas não acorda. O homem não consegue falar, está sufocando. Ele se deita e toca a esposa que revela um sorriso suave. As mãos do marido não respondem ao seu comando. Ele se encolhe no seu canto, visivelmente agonizante. São terríveis minutos de sofrimento. Seu olhar vai se distanciando, e após um longo suspiro o silêncio retorna ao quarto do casal.

O homem acordou morto, é o que dizem as pessoas que conversam no enterro.

- Morreu com saúde. Quisera eu partir assim, em paz enquanto durmo. Diz uma senhora.

- Verdade, isso é que é desencarnar feliz, dormindo ao lado da esposa. Responde outra mulher.

No final das contas o que importa é que ele deixou este mundo. Há que se levar em consideração que não foi por acidente, nem queimado, afogado ou na bala, foi deitado, em sono profundo.

A ilustração é de André Valentim exclusivamente para "Acordou morto".

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Movimentando as massas


Voltar do trabalho de ônibus do centro do Rio de janeiro em dia de calor é algo sofrível, a solução às vezes é tomar um frescão, mais caro, porém com ar condicionado a sobrevida aumenta consideravelmente. Foi em um desses que embarquei naquele fim de tarde infernal.

Acomodei-me em um banco próximo a janela, ali poderia dormir, ler um livro, lanchar ou fazer qualquer outra coisa que a posição sentado permitisse naquelas duas horas de viagem que se seguiriam.


Tudo ocorria como planejado, até que de repente o ônibus parou, não continuaria mais a viagem, acabara de quebrar. Estávamos parados agora no meio do Meier, coração do subúrbio carioca, um calor de lascar.

A trocadora anunciou:

- Todo mundo pra fora, o ônibus deu um piripaque!

Os passageiros começaram a levantar sem acreditar no que acontecera.

Olhei acima da cadeira da trocadora onde se encontrava uma plaquinha dizendo que a empresa era obrigada a devolver o dinheiro em caso de pane. A passagem não era nada barata, afinal tinha ar condicionado, um bem vital no verão carioca.

Resolvi fazer valer meu direito e fui pedir o que havia pagado de volta.

- Meu filho, não devolvo não, senão vou pagar do meu bolso, vai descendo e deixa isso pra lá, daqui a meia hora passa outro igual a esse e você entra sem pagar. Respondeu a trocadora.

Não me conformei com a resposta e insisti, citando a leizinha acima daquela cadeira. Um rapaz que estava ao meu lado me deu apoio, o que me encorajou a reivindicar aquele suposto direito.

Dirigi-me ao meu companheiro e sugeri que conclamássemos a todos os passageiros a entrar naquela briga, foi o que eu fiz.

Não lembro se alguém olhou para trás a fim de dar atenção ás minhas palavras incitatórias. Insisti.

- Vamos pedir nosso dinheiro de volta, é um direito nosso!

- Deixa isso pra lá, quem quer brigar por causa de oito reais! Retrucou um passageiro mais atencioso.

Por sorte havia um PM chegando à porta do lotação refrigerado. Corri até ele e apelei para aquele homem da lei. Sim, ele poderia fazer valer aquela regra que enfeitava o gabinete da trocadora.

- Vim aqui pra dar solução e não pra criar problemas, vai para aquele lado e espera o outro ônibus como todo mundo.

As palavras do PM enterraram de vez minhas pretensões de movimentar as massas. Neste momento meu único seguidor anunciou que estava abandonando a causa.

Estava sozinho. Envergonhado, direcionei-me para o lado oposto da calçada onde se encontravam os passageiros, conformados pela oportunidade de poder pegar o próximo frescão, ainda que um pouco cheio.

Quando percebi que não podia mais ser visto pelo pessoal que estava comigo no ônibus quebrado, fiz sinal para o primeiro cata corno que passou, lotado, como tinha de ser, cheio de calor humano. Paguei só dois reais.

domingo, 23 de setembro de 2012

Adolescência na Praia

Sempre gostei muito de praia. Algumas vezes recebia convites para passar fins de semanas e feriados na casa de verão de um amigo. Ia muita gente para lá, era legal, tirando o fato de ter que aturar aquelas brincadeiras chatas de adolescente. Era de graça, mas tinha lá seu preço.

Uma vez andava na praia meu amigo Roberto, que me convidava, mais dois conhecidos e eu. De repente os três cismaram de me jogar na onda do mar para eu “tomar um caldo”, tratava-se de ser arremessado no momento que a onda quebrasse, era um castigo onde o corpo se misturava a areia e água revolta num total rebuliço e sem nenhum controle sobre si.

Minha primeira reação foi correr, correr muito. Inspirado numa cena do filme “the Warriors”, onde a gang protagonista enfrenta a Fúria do Basebol, num dado momento, resolvi que não ia mais fugir, então parei e enfrentei meus oponentes. Bandei o camarada mais alto por que sabia que desequilibraria mais fácil. Para abrir um espaço no centro do cerco desferi um golpe no rosto do Roberto e passei varado no meio deles. De nada adiantou, continuavam correndo atrás de mim, riam como demônios.

Como diz o ditado: “o que tiver de ser, será”, decidi me deixar capturar e finalmente tomar o tal “caldo”. Nem doeu, comi um pouco de areia e fiquei livre daquela pena a mim imposta, sem o menor motivo. Era tudo muitíssimo divertido.

Até hoje me pergunto por que o Roberto jamais comentou sobre o soco que dei nele. Nunca perguntei a respeito por que tinha medo dele dizer que simplesmente não lembrava ou que não sentiu nada, pois nem hematoma apareceu.

Bons tempos aqueles!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ditados abomináveis

Existem ditos populares que deveriam ser banidos de nossas falas. Outro dia ouvi uma pessoa dizendo orgulhosa que com ela é assim: “primeiro eu, segundo eu, terceiro eu”. É chocante ouvir coisas como estas. Já é difícil mudar nossa natureza ruim, imaginem cultivar e proclamar comportamentos toscos como este, é como se estivéssemos afundando na merda e se debatendo para mergulhar mais rápido na lama podre de uma existência medíocre.

O egoísmo está em nós, talvez uma pitada dele seja necessária para nossa sobrevivência, mas fora deste limite é altamente prejudicial ao convívio social saudável. Até já sabemos disso, mas parece que não conseguimos entender a gravidade do problema.

Vejo passeatas pela paz, indignações com a violência, reclamações contra a burocracia burra que nos assola, ações e mais ações na justiça, e por aí vai. Nada vai dar resultado se não resistirmos ao nosso pensamento egocêntrico e mesquinho de que “eu sou o centro do universo”. É a velha estória, sem amor não chegaremos a lugar nenhum, andaremos em círculos sobre a Terra, avanço tecnológico sim, porém atraso no que realmente interessa: a evolução espiritual humana.

domingo, 19 de agosto de 2012

Vamos morrer, e daí?

Um dia conversando com um amigo falei que não queria perder tempo estudando coisas acadêmicas, pois se tivesse boa sorte teria mais uns 20 anos de vida saudável, que gostaria de gastar com outras coisas. A reação do amigo foi como a de todos com relação ao tema: “não fala assim, eu hein... não gosto de pensar nestas coisas”. Frases desse tipo ouvimos sempre que nos referimos a morte.

Qual o problema? Vamos morrer sim, todos nós, como nossos antepassados. Por que fugir da questão?

Sei que há pessoas que evitam o assunto por ainda não terem feito algo importante em suas existências. Muitos se preocupam em primeiro organizar a vida financeira e aí se perdem. A tal coisa importante vai ficando sempre para depois, até não dar mais tempo. A morte é o limitador, fim da chance, portanto é palavra que reporta a cobrança, coisa que ninguém gosta.

Acontece que quando ela vem, a caveira com a foice, pega todo mundo desprevenido e o desespero é total. Talvez se falássemos mais no tema “passar desta” fluiria mais suave.

Quando eu era garoto tinham uns livros de estorinhas infantis contadas por Andersen e pelos irmãos Grimm que eram bem macabras, muitas tinham a morte como personagem. Antes eu achava estranho, pensei até que a explicação poderia estar naquelas baboseiras de mensagem oculta do mal. Hoje entendo o que eles queriam dizer, que a morte faz parte da vida e desde cedo precisamos entender que ela é presente, natural.  Quem sabe por influência dos contos não estou escrevendo este texto agora.

Já me peguei algumas vezes imaginando algumas mortes e suas consequências, inclusive a minha, uma espécie de ensaio para não ser pego de surpresa. Pode ser um bom exercício para se adaptar a este momento que logo virá, sem distinções. Hoje tenho 46 anos, passaram rapidinho, se viver mais 46 chego há 92 anos. Será? Acho difícil, só sei que chega logo, como chegou para minha mãe, meu pai e para um monte de gente que deixou de existir.

Tinha um amigo que toda vez que via um grupo reunido costumava dizer que daqui a 100 anos ninguém estaria mais vivo, soava meio bobo, mas tinha lá sua sabedoria.

Portanto, amigos, não falar no assunto não afastará o indesejado “Zé Maria”.  Acrescente este assunto aos papos sobre dieta, concurso público, problemas de família e etc. e boa morte!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cisnes Selvagens


Terminei de ler “Cisnes Selvagens, Três filhas da China”. Muito bom o livro, só não li de uma vez por que são 647 páginas.

A obra nos transporta para uma China desconhecida do resto do mundo, entre os anos de 1924 e 1978. É a história real de três gerações, avó, mãe e filha, contada pela autora Jung Chang (a filha), que vive sua infância e juventude em um país castigado por invasões estrangeiras e governos opressores.

No livro a gente conhece um pouco do inimaginável regime comunista de Mao Tsé Tung, um líder deus que levou todo um povo a realizar seus mais insanos caprichos, muito louco. Lendo a narrativa entendemos que ser mortal é uma dádiva, uma esperança para o sofrimento que parece não ter fim para os chineses. Vale muito a pena ler, nem que seja para conhecer um pouco da história recente da emergente China.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Frases

"Penso que o homem veio ao mundo para aprender o Amor, mas também para explorar sensações e conhecer a liberdade, sem muros, sem amarras, sem dogmas."

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Meia Noite em Paris

Assisti a um filme que tem muito a ver com o tema “Os Bons Tempos Não Voltam Mais. Será?” que comentei abaixo da última frase divulgada neste blog.

O nome do filme é Midnight in Paris, escrito e dirigido por Woody Allen e trata do mesmo tema do texto aqui publicado, a ilusão de que o passado era muito melhor.

Na trama o escritor Gil Pender(Owen Wilson) se encontra em Paris nos dias de hoje e imagina que os anos de ouro da humanidade foram na década de 1920. Quando é transportado para esta época descobre que as pessoas que ali viviam consideravam a década de 1890 a melhor de todas, e por aí vai.

Gil percebe ao final da película que não importa a época, o que passou sempre parecerá melhor, talvez por alguns motivos que comentamos no texto deste blog. O filme é bem bonitinho. Fica a recomendação.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Frases

“É triste alguém envelhecer e permanecer com o espírito jovem. Uma grande vantagem que o tempo nos dá é a oportunidade de amadurecer a mente e compreender a vida com mais sobriedade.”

sábado, 21 de abril de 2012

Os bons tempos não voltam mais. Será?

Quando encontro algum amigo de adolescência que não vejo há alguns anos é comum ouvir o seguinte comentário:

“Aquele tempo era tão bom... Gostaria tanto que voltasse”.

Como tudo que é senso comum, merece uma reflexão. Resolvi pensar no assunto.

Como assim naquele tempo era tão bom?

Reportei-me a minha adolescência para recordar sobriamente.

Eu era um adolescente sem um tostão no bolso. Cinema com aquela menina bonitinha nem pensar, até por que nem sabia chegar numa garota e tudo acabava naquela melancólica paixão platônica.

Achava que meu grupo de amigos era o melhor do mundo e me fechava para outros. Reuníamos nas tardes vazias para ouvir alguém tocar no violão sempre as mesmas músicas. Minha religião era a única certa, o que me privava de novos conhecimentos.

Minha mãe se metia sempre na minha vida e cortava os melhores “baratos”. Não tinha carro para me locomover, o que fazia do meu mundo uma província. Dividia um quarto com meu irmão, que não me deixava acender a luz. Tinha que estudar grande parte do tempo livre ou a culpa me dominava.

Não foi uma época tão boa assim, mas foi o que eu tive. É claro, muitas coisas boas aconteciam também, como hoje.

Acho que não quero esta época da adolescência de volta.

Penso que o tempo ofusca as lembranças ruins e somente as boas permanecem quando pensamos rápido. O que era mau vira piada com o passar dos anos, e o que era bom se torna inesquecível e colorido. É algum dispositivo colocado em nós para seguirmos mais felizes.

O que é ruim agora será bom amanhã. Mas pode crer, não é bem assim. O tempo bom não existe apenas no passado, existe hoje também. Então basta que enxerguemos a vida agora com mais boa vontade, assim como fazemos com o passado.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Nossa realidade é uma fantasia

Já aprendemos que a realidade é o que acontece a nossa volta e nossos olhos podem ver. São aqueles fatos ruins que vemos na TV, ou nossas supostas necessidades imprescindíveis.

Na verdade somos levados a crer que precisamos de muito dinheiro para ter uma vida digna; de estudo para ter muito dinheiro; de dinheiro para ter um bom casamento, filhos bem sucedidos e bens; de uma religião para apenas dentro dela pensarmos em coisas espirituais que acreditamos ser uma fantasia confortante para as realidades que julgamos viver. Para correr atrás destas premissas precisamos de segurança, pois o medo do mundo que nos cerca é real.

Conforme a vida vai avançando percebemos que houve um engano, estas coisas que até hoje acreditamos ser a realidade são na verdade a fantasia.  As misérias que nos rodeiam não deveriam ser nossa realidade. A degradante condição humana existe por que estamos todo o tempo correndo atrás de ilusão, como dinheiro, segurança e posição social, tudo isso mergulhado em um individualismo que a mídia nos vendeu por um preço aparentemente barato e vantajoso. Vivemos com medo por que não nos importamos com o próximo, e eles virão contra nós, aí precisamos todo o tempo de nos proteger. Vivemos uma fantasia perigosa e entorpecedora.

A genuína realidade, por mais surpreendente que possa parecer, é espiritual. As religiões normalmente estão mais preocupadas com questões dogmáticas, porém quando nos ensinam que o Amor é o mais importante não damos a atenção devida. Mas esta é a chave para uma vida digna e feliz. Não falo aqui do amor confundido com sexo, mas de um Amor divino pela vida e pelo próximo. Pasme-se, mas dinheiro, segurança, um bom casamento, filhos promissores, sucesso social, bens e um corpo perfeito vão nos causar brevemente um sentimento de tempo perdido, de vida jogada fora.


Estivemos ouvindo o tempo todo sobre o Amor e sua importância. Temos certeza que é indiscutível sua prioridade, mas se ele não for real e prático, de nada vai adiantar continuar dentro de estabelecimentos religiosos, onde prevalecem os sentimentos rancorosos que acabam por nos distanciar ainda mais da realidade, diluída na fantasia em que nos perdemos.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Turismo no exterior poderá melhorar qualidade de vida do brasileiro

Com o Brasil em constante crescimento vemos muitos brasileiros viajando para fazerem turismo no exterior. Este era antes um privilégio das elites, agora não mais.
O acesso hoje é mais abrangente e uma grande quantidade de nacionais pode entrar em contato com países bem mais organizados, com produtos de primeira qualidade, museus impecáveis, estradas realmente asfaltadas, noção de coletividade e respeito ao que é público.
Acredito que este intercâmbio cultural nos trará benefícios em um futuro breve. A comparação com produtos e serviços que temos aqui em nosso território é inevitável quando estamos fora. A tendência é nos tornamos mais exigentes a ponto de não aceitarmos mais algumas porcarias que aqui nos são impostas.
Já ouvi pessoas questionando por que a manta asfáltica nas estradas dos EUA tem 15 cm enquanto as daqui só 1 cm; Por que o detergente na Europa limpa melhor com menos quantidade? Por que não há lixo nas ruas dos outros países? Por que nossos museus são tão mal tratados? Por que airbag no Brasil é acessório? E por aí vai.
Tenho fé de que caminhamos para uma melhora na nossa qualidade de vida. Para quem ainda não aproveitou as benesses da boa fase econômica no Brasil, não perca tempo, viaje, conheça, divirta-se!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Frases

"Acusar o outro de ser o dono da verdade é um recurso de quem não consegue emplacar a própria opinião"


Alex Franzini