Quando eu era garoto, existia um quadro do Jô Soares na TV em que o protagonista resumia conversas longas e cheias de rodeios em uma só palavra que dizia tudo, sempre introduzida por "vou no popular". A idéia deste blog é ser claro nas opiniões. Vamos falar também de filmes, músicas, livros ou qualquer trabalho que valha a pena comentar.



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

É preciso inventar de novo o Amor

Certo dia participava de uma reunião no novo prédio em que vou morar e ouvi um sujeito fazendo a seguinte afirmação pública:

“A realidade tem que ser dita, ninguém quer saber do outro, cada um pensa só em si mesmo, então não vamos nos enganar”.


O contexto era uma reunião em que se decidia sobre o início de um condomínio. Confesso que minha impressão não foi das melhores, não só pela frase infeliz citada, mas por ver a dureza e a indiferença com que um condômino tratava o outro em um primeiro contato.

Não posso dizer que a frase do meu vizinho é totalmente errada, mas penso que estes sentimentos mesquinhos existem para ser combatidos, não propagados.  Se entrarmos nessa filosofia primitiva em pouco tempo estaremos mergulhados em um caos social sem precedentes.

Mais do que nunca o perverso individualismo está aí para todos verem. Esta realidade cruel não precisa ser dita, mas mudada e substituída pelo amor. Como sobreviver em sociedade sem importar-se com o próximo?

Vivemos a era do direito no Brasil, o dever não é lembrado. A desconfiança está impregnada nas relações humanas. A maioria das pessoas acredita que viver para ganhar dinheiro é o grande lance. Consumir infinitamente é o que a mídia incentiva. E como disse o senhor na reunião “ninguém quer saber do outro, cada um pensa só em si mesmo”. Em que merda movediça estamos afundando?

Devíamos tomar como realidade o amor, a poesia, a boa relação com os vizinhos, dizer não ao poder, por o dinheiro em seu lugar, consumir apenas o que precisamos, ter tantos direitos quanto deveres, nos doar mais para nosso próximo, respeitar as opiniões, tolerar as diferenças, ouvir o semelhante, e por aí vai. É isso o que eu desejo, mesmo contra minha natureza ruim. Quero sim saber do meu próximo, ainda acredito em nobres ideais.

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