Quando eu era garoto, existia um quadro do Jô Soares na TV em que o protagonista resumia conversas longas e cheias de rodeios em uma só palavra que dizia tudo, sempre introduzida por "vou no popular". A idéia deste blog é ser claro nas opiniões. Vamos falar também de filmes, músicas, livros ou qualquer trabalho que valha a pena comentar.



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Você acredita em Deus?

Outro dia me perguntaram se eu acreditava em Deus. Respondi que acredito até o dia em que Ele me contar uma mentira.
Quando eu era garoto tinha um amigo chamado Beto que sempre contava mentiras. Quando alguém afirmava algo como “não acredito em fantasmas” eu logo dizia “não acredito no Beto”.
Uma pessoa só não acredita em alguém quando o conhece muito bem, portanto um indivíduo que não acredita em fantasmas, duendes ou Gnomos na verdade sabe que eles existem mais do que ninguém, o problema é que em algum momento tiveram uma decepção por ouvir deles uma lorota.
Quem se lembra daquele adesivo da Xuxa que dizia “eu acredito em gnomos”? Alguma coisa eles disseram que conseguiram convencê-la de que não eram mentirosos.
Enfim, acho que estes seres são como todo mundo, algumas vezes mentem e outras falam a verdade, menos o Beto que, pra mim, sempre mentia.

 

Ainda não sei se devo acreditar nos anões de jardim que puseram aqui no condomínio.
Até hoje não disseram nada.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Conversa no metrô

Um dia destes estava no metrô do Rio de Janeiro, era uma manhã quente e o vagão se encontrava lotado. Entre os passageiros estavam duas mulheres conversando, como se estivessem na sala de suas casas, uma falou pra outra:
- Eu estava parada no sinal de trânsito quando uma menina veio me pedir um trocado. Eu falei pra ela ir lá em casa lavar uma louça que eu dava o dinheiro pra ela. Não é que a menina virou as costas e foi embora.”
Assim ela contou sua estória, em voz alta, convicta que estava abafando, como se proferisse algo de muita sabedoria. Foi aí que um homem, encravado no meio da multidão apertada, resolveu entrar no assunto e retrucou:
- Se a menina concordasse em entrar no seu carro para lavar sua louça, a senhora ia colocar ela pra dentro e levar para sua casa?
A mulher, indignada com a intromissão, respondeu:
- A conversa ainda não chegou na cozinha!
Começou então uma vaia geral. Outro passageiro entrou na discussão:
- Falar é fácil, quero ver levar a menina pra casa
A plenária estava aberta. A viagem se tornou divertida e passou rapidinho.
Moral da estória: Quando você ouvir alguma baboseira e achar bonito, não saia por aí repetindo em voz alta no meio da multidão sem antes refletir. Corre o risco de aparecer alguém inesperadamente e destruir seu fraco argumento clichê. A vergonha será inevitável.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quanto tempo da vida eu levo para ser feliz

Este é o título da peça teatral que assisti no último domingo, 13. Resolvi comentar o espetáculo porque o argumento coincide com algumas coisas que tenho pensado ultimamente.
A peça retrata a estória de duas famílias de classe média que, vistas por uma lente de aumento, sofrem com problemas que são comuns a muitos de nós humanos. Os conflitos apresentados na trama fazem cair por terra o mito de que “a grama do vizinho é mais verde”.
Há algum tempo já comprovei que todos neste planeta passamos pelas mesmas mazelas. Não há família perfeita nem pessoas sem problemas. Há sempre uma doença, um parente “chave de cadeia”, um desemprego, uma separação, um emprego ruim ou qualquer outra coisa que vai nos tirar a paz.
Hoje penso que para cada momento de prazer na vida você tem cinco de pesar. Por exemplo, considero dar um mergulho no mar um grande prazer, como moro em Brasília, para conseguir isso preciso comprar uma passagem aérea, enfrentar fila no guichê, atraso do avião, procurar hospedagem, passar protetor solar, e por aí vai.
A vida não existe para sermos felizes, tem outro objetivo, mas não este. Como diz a música de Odair José “não existe felicidade, o que existe são momentos felizes”.
Esse papo de que precisamos perseguir a felicidade é propaganda para consumirmos. Querem nos fazer crer que podemos atingir a plenitude da vida adquirindo bobagens. É por conta desta busca por ser feliz que embarcamos em teologias furadas, como a da prosperidade, que pregam que o sentido da vida é conquistar bens materiais.
Este comentário é para reflexão, não quer dizer que eu seja pessimista, ou depressivo, muito pelo contrário. Estou bem animado para curtir os momentos felizes e nos momentos difíceis vou tentar ter paciência. Uma coisa que realmente pode dar prazer à vida é ajudar nosso próximo. As relações humanas são preciosas e nos dão grande prazer.
A peça esta em cartaz até 27 de fevereiro, de quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 20h, no Centro Cultural Banco do Brasil (SCES Trecho 02, lote 22; 3310-7087). Ingressos: R$ 15 e R$ 7,50 (meia). Não recomendado para menores de 14 anos.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Canções do Exílio, no Canal Brasil

Tive o prazer de assistir, na última quarta-feira, ao segundo capítulo da série Canções do Exílio, que foi exibido no canal Brasil. Lamento por não ter tido conhecimento com antecedência sobre o programa, mas tenho a esperança de que será repetido em breve. Foi exibido em três capítulos nos dias 8, 9 e 10 de fevereiro.
Na série, dirigida por Geneton Moraes Neto, Caetano Veloso e Gilberto Gil relatam fatos do exílio durante a ditadura militar no Brasil. Participam também Jards Macalé e Jorge Mautner .
No capítulo a que assisti, Caetano revela fatos inéditos sobre o tempo que morou em Londres e sua volta ao Brasil, com autorização do governo militar.
Muito bom para conhecermos um pouco mais da história do Brasil contemporâneo, contada de uma forma atraente e irresistível.
Este é o link da chamada do programa: http://canalbrasil.globo.com/cancoesdoexilio

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Você também é uma ilha?

Tenho um amigo que se gaba em dizer que é uma ilha
Já conheceu alguma pessoa que diz não se envolver com gente dos lugares que freqüenta?
Vou explicar melhor, pois eu já tive a oportunidade de encontrar pessoas assim. Aqui em Brasília tem um montão delas.
São indivíduos engraçados, se você diz pra eles que tem amigos na academia de ginástica, por exemplo, eles reagem dizendo que não gostam de fazer amizade com gente de academia. São várias as justificativas para não entrar em contato, “são pessoas vazias”, “só pensam no corpo”, e outras abobrinhas mais.
De repente você convida o mesmo sujeito para uma reunião de lazer com os membros do condomínio. Ele diz que prefere não se envolver com vizinhos, pois podem acabar por se meter na sua vida e invadir sua privacidade.
Aí você começa a ficar curioso e quer saber se ele prefere se relacionar com pessoas da igreja que freqüenta, colegas de trabalho, ou a família. Para surpresa nossa ele justifica, para cada uma instituição, por que não gosta de manter relacionamento. “O povo da igreja é muito fofoqueiro. Não gosto de confundir trabalho com vida pessoal. Família só trás problemas, melhor ficar longe”.
Imaginamos que este sujeito deve ser uma daquelas pessoas que não sai do bate papo da internet. Descobrimos então que não, ele detesta conversar pelo computador, pois acha que lá as pessoas são degeneradas. Não sobra opção, com quem o infeliz se relaciona?
Não sei a fundo o motivo desse estranho comportamento, talvez seja influência de revistas semanais, individualismo, tendência atual de comportamento, ou simplesmente medo.
Mas a verdade é que as pessoas que estão nas academias, condomínio, trabalho, igreja, boate, barzinho, família ou internet, são gente como todo mundo. As pessoas não são exclusivas destes locais ou instituições, muito menos tem personalidade atrelada ao local que freqüentam. Besteiras desse tipo acabam virando chavão, comentário sem a menor reflexão.
Um dos maiores prazeres da nossa existência é se relacionar com o próximo. Não podemos esquecer que estamos todos no mesmo barco, somos farinha do mesmo saco, portanto aproveitemos o que a vida nos dá de melhor.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Cama Na Varanda

Título: A Cama Na Varanda, arejando nossas idéias a respeito de amor e sexo
Autor: Regina Navarro Lins
Editora: Rocco









O Livro da psicanalista e sexóloga, Regina Navarro Lins, é bem interessante e nos leva a refletir sobre os valores do amor romântico, da sexualidade e do casamento que conhecemos em nossos dias.

A autora faz um histórico dos relacionamentos sexuais humanos para entendermos o nosso comportamento atual. Podemos até discordar de algumas colocações, porém muitas têm bom fundamento e com certeza vamos repensar opiniões.

A obra confronta a realidade da nossa condição humana com o tão sonhado amor romântico e fala dos prejuízos que ele pode nos causar. Homens e mulheres que sonham com relacionamentos ideais, que vão para o casamento e com o passar do tempo ficam com a sensação de ter casado com a pessoa errada. Elas partem então para uma busca sem fim da almejada cara metade, quando não, permanecem muitas vezes infelizes ao lado de quem não querem mais, por uma imposição que nem mesmo conseguem distinguir ou identificar.

Uma consideração que a autora faz, e que achei curiosa, é que o peso da cultura e dos costumes sobre nós faz com que vivamos uma vida sexual miserável. Algo a se pensar.

A culpa, o preconceito, a religião, o patriarcalismo, e outros conceitos vão entrar nesta empolgante discussão.

O livro teve nova edição em 2006, pela editora Best Seller, com uma versão revista e ampliada, onde se acrescentam as novas tendências do comportamento sexual humano.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mi Buenos Aires Querido

Visitamos Buenos Aires pela primeira vez. Aproveitamos também o bom momento por que passa o Brasil. Como já possuíamos algumas informações sobre a cidade, não tivemos grandes surpresas ao conhecê-la.
A novidade ficou por conta do custo de vida. Muita gente falou das vantagens do câmbio e do Real mais forte, mas não é bem assim. Penso que quem veio nos primeiros dias de peso mais fraco teve algum benefício, mas parece que agora os argentinos estão vacinados. Eles identificam e param os brasileiros perguntando se estamos procurando couro, tango ou suvenires, tudo a preço de Brasil.
A alimentação chega a ser mais cara que em terras brasileiras. Você pede uma “pechuga”, como eles chamam o filé de peito de frango, sem acompanhamento, e paga em média 48 pesos, com o real valendo dois pesos seriam 24 reais.
A água é um pouco salobra e o preço muito salgado. Uma garrafa de 500 ml pode custar até oito pesos, cerca de quatro reais.
Para não dizer que tudo é pela hora da morte, o taxi é bem em conta, mais barato que em qualquer estado brasileiro.
Outro problema é que ir a Buenos Aires ficou badalado, isso atrai muitos brasileiros, todo tipo de pessoas. Você se torna mais um no grande bolo, o que pode ser desconfortável.
É claro que há muitas coisas legais pra visitar. Destaco o cemitério da Recoleta, belo pelo seu rico acervo artístico e Porto Madeiro, com seus restaurantes com vista para os diques do Rio da Prata. O Show de Tango também vale à pena, embora seja preparado para turistas brasileiros.
Outro lugar legal de visitar é a Rua do Caminito, com suas casas coloridas, é um local turístico no bairro La Boca, periferia de Buenos Aires, por isso mais popular.  
Quem gosta das feirinhas de arte locais não deve deixar de visitar a da Recoleta aos domingos.
O passeio pela capital Argentina ainda compensa, pela beleza da cidade e pelo enriquecimento cultural que nos acrescenta, mas se você puder esperar o boom turístico de brasileiros, pode aproveitar pra conhecer outros países menos badalados da America latina.
  
Cemitério da Recoleta
O Caminito e suas casas coloridas



O caminito


  
Feira da Recoleta (fotos de Heloíse Martins)