Quando eu era garoto, existia um quadro do Jô Soares na TV em que o protagonista resumia conversas longas e cheias de rodeios em uma só palavra que dizia tudo, sempre introduzida por "vou no popular". A idéia deste blog é ser claro nas opiniões. Vamos falar também de filmes, músicas, livros ou qualquer trabalho que valha a pena comentar.



domingo, 12 de maio de 2013

Conversa no metrô, parte II, o bebum

Um dia desses peguei o metrô aqui em Brasília, estava lotado, daquele jeito que você fica colado no outro passageiro. Algumas vezes a gente da sorte de colar com uma mulher bonita e cheirosa, mas a chance de acontecer é de uma em 100, e não foi meu caso. Adesivo a mim estava um bêbado que resolveu discursar durante a viagem. Minha sorte foi que ele estava a minha direita e, portanto, se dirigia a quem estava a sua frente.

A figura falava muitas coisas engraçadas, em um determinado momento afirmou que todo homem casado será, está sendo ou já foi corno. Segundo suas palavras o homem na verdade ao invés de casar candidata-se a corno. Como tinha de ser, a machaiada presente reagiu, para tornar o ato mais hilário.

Um homem lá no meio retrucou:

- Agora não achei engraçado o que você disse. Minha mulher nunca me colocou chifre.

Respondeu o bebum:

- Veja só, você é um homem bonito, não é? Mas sempre existe um mais bonito que você. Eu mesmo já fui corno umas cinco vezes, que eu tenha conhecimento, e sou feliz.

Outro corno, segundo a teoria do alcoolizado, revoltado questionou:

-Então você está dizendo que não existe mulher decente?

Neste momento o palestrante e eu olhamos para as mulheres presentes. Elas davam sorrisinhos.

- Você é quem está dizendo isso. Eu não falei que as mulheres não são decentes, falei que sempre tem um camarada mais bonito que nós. É um fato. Ser corno é questão de oportunidade. Explicou o bêbado.

Veja a sabedoria do ébrio em comparação a tosquice dos ouvintes. O que seria uma mulher decente na concepção daquele rapaz? Talvez seja aquela mulher que fica em casa cozinhando, lavando, passando, cuidando de crianças e só faz “papai e mamãe” enquanto o sujeito se diverte na rua com as não decentes.

O primeiro foi pretencioso ao afirmar que a mulher dele nunca lhe colocou chifre. Como ele poderia ter tanta certeza? Mais uma vez o bebum foi mais sábio.

Aprendi uma coisa naquele dia com o pinguço: É melhor relaxar e não ficar pensando nestas coisas, afinal o que o homem pode fazer a mulher também pode.

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