Quando eu era garoto, existia um quadro do Jô Soares na TV em que o protagonista resumia conversas longas e cheias de rodeios em uma só palavra que dizia tudo, sempre introduzida por "vou no popular". A idéia deste blog é ser claro nas opiniões. Vamos falar também de filmes, músicas, livros ou qualquer trabalho que valha a pena comentar.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
quarta-feira, 2 de julho de 2014
sábado, 21 de junho de 2014
quinta-feira, 5 de junho de 2014
quarta-feira, 28 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Marcha pela família. Tô fora!
Postado por
Alex Franzini
De
vez em quando são organizadas por aí umas tais marchas pela família, algo que
para mim não soa muito bem. O que seria esta família? Pai, mãe e filhos como base? Pior
quando falam que é pela família cristã. Família cristã, biblicamente falando,
seriam todos aqueles que fazem a vontade de Deus, o que já exclui muita gente, afinal
poderia a intolerância ser vontade de Deus? Só mesmo numa cabeça degenerada.
Vejam o que diz este texto bíblico em Mateus 12: 46-50:
“E, falando Jesus ainda à
multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e
teus irmãos, que querem falar-te. Ele,
porém, respondendo, disse ao que lhe falara: Quem é minha mãe? E quem são meus
irmãos? E, estendendo a sua mão para os
seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que
está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe.”
Pelo que entendo a família cristã é composta por todos que aceitam a pregação de Jesus, e não por pai, mãe, vovó, vovô e filhos perfeitinhos. Se pensarmos bem este modelo familiar estabelecido discrimina quem não pertence ao clã. Quem não tem “família” seria um renegado, mas o cristianismo é justamente para renegados.
Pelo que entendo a família cristã é composta por todos que aceitam a pregação de Jesus, e não por pai, mãe, vovó, vovô e filhos perfeitinhos. Se pensarmos bem este modelo familiar estabelecido discrimina quem não pertence ao clã. Quem não tem “família” seria um renegado, mas o cristianismo é justamente para renegados.
Tem
muita gente vivendo “em família” por aí só na aparência. Muitos falam mal da
mentira, mas ai deles se esta não existisse, devíamos agradecer todos os dias
pela opção de mentir.
Quem
já não ouviu por aí o termo, “esta é uma garota de família”, o que significa
isso? Acho que garota de família é aquela que faz sexo mais consegue esconder e
a que não consegue deixa de ser de família. E tem aqueles que vivem com suas
famílias imaculadas, mas tem seus amantes para fazer a parte divertida, afinal
ninguém é de ferro. No final é tudo uma mentirada do caraças.
Aceite
você ou não, o texto bíblico diz o tempo todo que Jesus não veio para os “certinhos”,
veio para os excluídos, prostitutas, homossexuais, separados, solteiros e tudo
mais que as pessoas de família não toleram.
Pessoas
de família não conseguem conceber a idéia de que Jesus possa ter tido uma
namorada ou que transformou a água em vinho de verdade, e não em suco de uva.
Que diferença faz isso para quem realmente entende a mensagem espiritual de
Jesus? Hipocrisia teimosa. O tempo passa e caminhamos
a passos de formiga em nossa evolução espiritual, se é que ela acontece mesmo.
“A mentira é a liga da sociedade humana.”
segunda-feira, 28 de abril de 2014
terça-feira, 8 de abril de 2014
sexta-feira, 21 de março de 2014
O gato Zé Peroba
Postado por
Alex Franzini
Quando
era garoto e morava em Jacarepaguá, lá em casa nasceu um gatinho malhado de
branco e preto. Era filho único de uma gata negra que se hospedou no quintal. Foi batizado de José Peroba, nome dado pela minha
mãe, não sei por que. Passamos a chamá-lo Zé Peroba.
Observamos,
tão logo veio ao mundo, que Peroba possuía o estranho hábito de chupar o dedão
da pata dianteira. A mania bizarra chamava atenção. Sempre onde dormia deixava
uma poça de baba.
Era
um gato genioso, chato e mal humorado, nunca teve um irmão para dividir as
coisas, por isso se tornou também egoísta. Gostava de se divertir escondendo-se
atrás de algum móvel para nos surpreender e arranhar nossos pés, era infernal.
Não adiantava colocá-lo para fora e fechar os basculantes, ele empurrava e
entrava, invadia a casa por qualquer fresta que descuidadamente deixávamos, às
vezes trazia um amigo. Até hoje tenho pesadelos tenebrosos com isso.
O Zé
tinha uma dieta estranha, gostava de abacate e não dispensava um pedaço de
beterraba, o que tornava seu cocô avermelhado.
Naquela época não existia esta estória de sair
castrando os gatos, aí o Zé saia pra rua toda noite pra pegar gatinhas, fazia
um barulho amedrontador. Costumava nestes passeios surrar os gatos dos vizinhos.
Dia seguinte vinham as reclamações.
O
danado do gato gostava de dormir na minha cama quando eu estava ausente, nunca
conseguia flagrá-lo, mas o colchão afundado, quente e com pelos estava lá para
irritar.
Amávamos
o Zé Peroba, era parte da família. Certo dia simplesmente desapareceu. Até hoje
suspeito de um cara na vizinhança chamado Osni, o sujeito ficava sempre
acocorado na calçada em frente a sua casa e tinha uma tara de literalmente comer
os gatos da redondeza. Minha mãe até perguntou para ele, mas o cara-de-pau
negou sem olhar nos olhos.
A
mania de chupar o dedão perdurou durante toda a existência do gato. Saudades do
Zé Peroba.
quarta-feira, 19 de março de 2014
domingo, 2 de março de 2014
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Panela de pressão
Postado por
Alex Franzini
Toda vez que vou cozinhar feijão na panela de pressão fico apreensivo. Artefatos deste tipo explodem pra valer. Penso que a origem desta fobia vem da pré-adolescência.
Certa vez numa manhã bucólica brincava no quintal da minha casa tranquilamente, a mãe havia saído com meu irmão mais novo, em casa estávamos somente eu e minha irmã, que vigiava o feijão no fogo.
De repente ouvi uma explosão e senti o chão tremer, o estrondo veio da cozinha. O susto foi grande, saí para ver o que havia acontecido. É claro que toda a vizinhança ouviu também o estardalhaço.
Quase que instantaneamente meus vizinhos começaram a minar para dentro de nossos domínios, vinham de todos os lados. Formou-se uma pequena multidão na porta da cozinha, onde eu também estava querendo saber o que havia ocorrido. Minha irmã saiu de lá de dentro, de um mar de estilhaços de feijão preto, e falou com cara de paisagem para os curiosos:
- Barulho? Não ouvi. Ué... Não sei do que vocês estão falando.
Foi difícil acreditar no que ela disse, pois estava coberta de feijão dos pés a cabeça, o exaustor havia sido arrancado, a pia de aço inox estava vincada, havia um furo no teto e uma panela retorcida no chão. As paredes estavam pintadas de preto, uma cena dantesca. Mas diante da negação e da cara de “não imagino do que se trata” da minha irmã os vizinhos resolveram não perguntar mais e se retiraram.
Eu dei um toque que achava que eles não tinham engolido a estória de que nada havia ocorrido, mas minha irmã estava brava com a invasão da casa.
Até hoje não sei se ela se queimou com todo aquele feijão na cara e nos cabelos. Engraçado, nunca encontramos o pino preto da tampa da panela. A mim restou o medo de ferver coisas na panela de pressão.
Certa vez numa manhã bucólica brincava no quintal da minha casa tranquilamente, a mãe havia saído com meu irmão mais novo, em casa estávamos somente eu e minha irmã, que vigiava o feijão no fogo.
De repente ouvi uma explosão e senti o chão tremer, o estrondo veio da cozinha. O susto foi grande, saí para ver o que havia acontecido. É claro que toda a vizinhança ouviu também o estardalhaço.
Quase que instantaneamente meus vizinhos começaram a minar para dentro de nossos domínios, vinham de todos os lados. Formou-se uma pequena multidão na porta da cozinha, onde eu também estava querendo saber o que havia ocorrido. Minha irmã saiu de lá de dentro, de um mar de estilhaços de feijão preto, e falou com cara de paisagem para os curiosos:
- Barulho? Não ouvi. Ué... Não sei do que vocês estão falando.
Foi difícil acreditar no que ela disse, pois estava coberta de feijão dos pés a cabeça, o exaustor havia sido arrancado, a pia de aço inox estava vincada, havia um furo no teto e uma panela retorcida no chão. As paredes estavam pintadas de preto, uma cena dantesca. Mas diante da negação e da cara de “não imagino do que se trata” da minha irmã os vizinhos resolveram não perguntar mais e se retiraram.
Eu dei um toque que achava que eles não tinham engolido a estória de que nada havia ocorrido, mas minha irmã estava brava com a invasão da casa.
Até hoje não sei se ela se queimou com todo aquele feijão na cara e nos cabelos. Engraçado, nunca encontramos o pino preto da tampa da panela. A mim restou o medo de ferver coisas na panela de pressão.
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